COMBATE ÀS VARIZES

Elas não têm cura, mas podem ser controladas sob orientação de um angiologista. Para saber mais, leia o artigo publicado:

 

 

Definição | Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), varizes são dilatações saculares das veias que são frequentemente tortuosas.

 

Já sentiu dor nas pernas? Caso as veias apresentem coloração diferente – avermelhada ou azulada – ou estejam salientes, o mais indicado é procurar um angiologista, porque pode ser que você esteja com varizes, dilatações das veias geralmente tortuosas, que muitas vezes causam dor ou desconforto. Elas não têm cura, mas são plenamente controladas.

 

Segundo Solange Seguro Meyge Evangelista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e coordenadora do Instituto Internacional de Flebologia Brasil, a função das veias nas pernas é trazer o sangue – que chegou até elas pelos vasos arteriais – de volta ao coração. “Quando essas veias apresentam dilatações permanentes, tortuosidades, alongamentos, alterações em suas válvulas ou paredes, não cumprem tal função com eficácia. Apresenta-se, então, um quadro de insuficiência venosa superficial, que observamos quando as veias da perna se tornam varicosas.”

 

Geralmente, as varizes afetam cerca de 30% da população e surgem ainda incipientes, progredindo com o tempo para formas mais avançadas da doença. Solange Evangelista destaca que a partir da puberdade é comum observar um aumento progressivo à medida que a idade aumenta, atingindo até 70% das pessoas acima dos 70 anos.

 

A maior procura por tratamento envolve pacientes entre 30 e 50 anos. “Atualmente, pessoas cada vez mais jovens procuram o atendimento do angiologista, preocupadas com as pernas e as varizes. ” As mulheres são as mais prejudicadas, numa proporção que varia de uma para cada dois homens até uma para cada quatro homens. “Esses resultados sugerem a existência de um fator possivelmente hormonal, responsável por essa diferença. O uso de anticoncepcionais e a gravidez são fatores agravantes para a mulher”, comenta a especialista. Em diferentes tipos e graus de comprometimento, os fatores familiar e hereditário são os principais desencadeantes ou agravantes das varizes e são causas frequentes superiores a 80% nos pacientes que procuram um angiologista. Outros aspectos importantes são: idade, sexo, raça, número de gestações, obesidade, ficar de pé ou assentado por longos períodos de tempo, constipação intestinal e traumatismo.

 

ELLEN CRISTIE

Estado de Minas, Domingo – 13 de março de 2011

 

 

MITOS E VERDADES

 

É importante conhecer o que, de fato, agrava ou estimula o surgimento de varizes:

– Ao contrário do que se pensa, as depilações não agravam o quadro a ponto de serem proibidas.

– Em relação ao uso de sapatos com saltos, eles devem ser de altura média, de 2 a 5 cm de altura, caso seja um hábito rotineiro.

– Manter o peso dentro da faixa indicada e praticar atividades físicas regulares são atitudes preventivas.

– Fazer repouso com as pernas elevadas, quando possível e evitar permanecer várias horas ininterruptas de pé ou assentado, podem evitar a doença.

– Usar meia ou contenção elástica específica, traz benefício na prevenção e alívio dos sintomas, como dor, sensação de peso nas pernas, edema e cansaço. São bem indicadas para pessoas com profissão que exigem posturas estáticas ou em viagens de longa duração. A meia tem indicações que dependem de alguns fatores e devem ser prescritas pelo angiologista, com compressão determinada para cada paciente. As meias modernas apresentam maior aceitação estética pelas mulheres.

– Os tratamentos para a doença varicosa são: intervenção cirúrgica, laser endovenoso, ablação por rádio frequência e escleroterapia com espuma (guiada por ultrassom). Esse último consiste em uma injeção de medicamento esclerosante, provocando o fechamento da veia. Dispensa anestesia ou internação hospitalar e não é necessário repouso ou afastamento das atividades cotidianas.

 

SIMPÓSIO

Centenas de angiologistas participaram do 4º Simpósio Mineiro de Flebologia, na Associação Médica de Minas Gerais. Autoridades nacionais e internacionais participaram das discussões, entre os quais o francês Paul Pittaluga e o argentino Juan Nigro, que falaram sobre técnicas cirúrgicas; o espanhol Javier Leal Monedero, sobre varizes pélvicas; João Gabriel Marques, sobre o médico e a saúde do médico, e Guilherme Pitta, sobre a defesa da profissão. Informações: www.sbacvmg.org.br.

 

PREVENÇÃO

Hábitos que te ajudam a previnir o surgimento das varizes:

– Educar o intestino, evitando constipação intestinal;

– Evitar o excesso de peso;

– Evitar uso de roupas apertadas;

– Usar calçados com solado flexível, saltos grossos com altura de 2 a 5 cm, com ponta quadrada ou arredondada (ideais para o dia a dia);

– Fazer exercícios físicos harmônicos, como caminhada, natação, hidroginástica e outros sem muito impacto;

– Abolir o uso excessivo de pesos;

– Usar meia elástica, conforme orientação médica;

– Evitar permanecer longos períodos de pé ou assentado, fazendo sempre pequenos exercícios com os pés.

Observação: a prevalência das varizes foi apontada como maior nas mulheres, nos inúmeros estudos da literatura médica. As mulheres apresentam duas a três vezes mais varizes que os homens.

 

TIPOS DE ACOMETIMENTO

Veias varicosas

Pertencem ao subcutâneo. Apresentam-se dilatadas, tortuosas ou alongadas. Os pacientes que as apresentam, queixam-se de dor e do aspecto das varizes.

 

Reticulares da região poplítea

São pequenas, superficiais, dilatadas e tortuosas, localizadas frequentemente atrás do joelho e da perna, podendo ser acompanhadas de varizes intensas ou aparecer isoladamente e assim se manterem.

 

Telangiectasias

São vasos dilatados de muito pequeno calibre e de localização dérmica. Formam redes ou aranhas vasculares, principalmente nas coxas. Podem aparecer juntamente com as varizes subcutâneas. São de cor avermelhada ou azul escura e, em geral, incomodam apenas por quesito estético. Devem ser consideradas à parte, pois diferem quanto à prevalência, etiologia e fisiopatologia.

 

Oriundas de dilatações de veias da pelve

Veias ovarianas, por exemplo, são frequentes e se acentuam muito na gravidez, constituindo um sofrimento na gestação.

 

Secundárias

Decorrentes de outras causas como trombose venosa ou recidivadas.

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